Fernando César de Azevedo é formado em medicina pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos, de 2006 a 2011. Após esse período, realizou dois anos de Clínica Médica e  Residência Médica, além de um ano de Medicina Intensiva. Por fim, decidiu se especializar em Oncologia e estudou por mais de três anos, no Hospital Ana Costa de Santos, até 2017. 

Após sua formação, trabalhou em locais como o próprio Hospital Ana Costa, Vitória, Santo Amaro (em rede SUS), Beneficência Portuguesa, entre outros. Atualmente, ele trabalha no Hospital Vitória, Casa de Saúde de Santos, Santa Casa, todos em Santos, e no Santo Amaro, em Guarujá. 

Para Fernando, não há um motivo por trás da escolha de ser médico. Mas, a especialidade, tem haver com a empatia pelo próximo e a intensidade que exige a área. “Talvez nós, oncologistas, sejamos o especialista mais próximo do paciente. Sem falar que é a mais abrangente. Muitas vezes, tratamos de alguns tipos de cânceres em pessoas que possuem problemas nos rins. Por isso, eu preciso saber como isso afetará ela. Ou seja, ela envolve o trabalho com outras áreas da saúde”. 

“A Oncologia é uma área desafiadora, extremamente complexa e lida muito com o emocional. É possível notar que, em alguns anos, mais pessoas estão sendo diagnosticadas com a doença, mas isso está intrinsecamente relacionado com a evolução da tecnologia na área da saúde”, inicia Fernando Azevedo. 

Mesmo com essa evolução, a área ainda sofre com a falta de diagnósticos precoces. Mas, isso se deve a falta de acompanhamento, dos pacientes, por um especialista, para realização de exames preventivos. “Isso é o que gera o medo em volta da especialidade, porque em muitos casos, não há mais chances de cura, devido ao resultado positivo tardio”, explica o oncologista.

Doutor Fernando Azevedo, médico oncologista da Caixa de Saúde e Pecúlio – Foto: Nicolas Pedrosa

Na sua área, os cânceres mais comuns são de mama, intestino, próstata e de pele (sendo esse mais comum em cidades litorâneas). “Semanalmente, são de 10 a 20 casos desses sítios [local da doença] que são diagnosticados nas mais diversas localidades do mundo”. 

O maior desafio, segundo Azevedo, é justamente manter-se atualizado. “Quase que semanalmente são 200, 300 novos estudos dentro da minha especialidade, dos mais diversos tumores. Por exemplo, de câncer de mama, há quase cinco congressos anuais. Sem contar as demais enfermidades. Então, diariamente, estamos em constante procura por conteúdo novo, atualizado, sempre estudando, visando atender o paciente de maneira correta, com o tratamento adequado e mais recente possível”. 

Para concluir, o oncologista alerta para a necessidade de cuidados preventivos relacionados ao câncer. “Há duas coisas fundamentais que devemos ter quando falamos em prevenir o câncer. Praticar atividade física e uma alimentação saudável. Na Europa, o número de casos é menor em comparação à América, porque o hábito de uma alimentação rica em legumes e menos carne vermelha, além de atividades físicas, que ajudam a prevenir a doença”, explica ele.

“Eu vejo a medicina hoje como uma ciência de verdades transitórias, porque nem sempre o que descobrimos nesta semana, servirá para semana seguinte. Ela está em constante atualização. Assim deve ser o profissional”, conclui.