“Hipertensão Arterial Sistêmica é uma das maiores causas de mortes no Brasil”, explica cardiologistas da Caixa de Saúde e Pecúlio

Especialistas comentam sobre a enfermidade e dão dicas de cuidados

Quando foi a última vez que aferiu a pressão? Se não lembra, sente que está acima do peso, sedentário e consome regularmente bebidas alcoólicas e alimentos com muito sal, é bom marcar um check-up. Esses fatores de risco podem acarretar em uma Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), conhecida como pressão alta.

Doença crônica e muitas vezes assintomáticas, a hipertensão atinge mais de 30 milhões de brasileiros e é uma das maiores responsáveis pelas doenças cardiovasculares, principal causa de morte no Brasil e no mundo.

Cerca de 80% dos Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC) são potencializados pela HAS. A lista inclui infartos, derrames e doenças renais crônicas. Mas, é possível detectar cedo e conviver bem com o problema, mantendo os riscos sob controle.

“Em geral, a hipertensão é identificada quando existe uma elevação persistente da pressão arterial acima de 140 e/ou 90mmHg, medida com a técnica correta em pelo menos duas ocasiões diferentes, e sem que a pessoa esteja tomando nenhuma medicação anti-hipertensiva, por isso é importante o diagnóstico médico”, destaca Alberto Bedulatti, cardiologista da Caixa de Saúde e Pecúlio.

É necessário sempre realizar acompanhamento médico para aferir a pressão arterial, afim de evitar futuros problemas de saúde – Foto: Internet

Além de Bedulatti, Luiz Fernando, também cardiologista da Caixa de Saúde, explica que, frequentemente, a HAS é assintomática, mas podem surgir sinais de que é preciso buscar assistência médica. “Os sintomas mais comuns são dor de cabeça, dor no peito, tontura, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada e sangramento pelo nariz”, enumera.

“Em caso de suspeita, podem ser feitos exames como Monitoramento Ambulatorial da Pressão Arterial
(MAPA), além de outros que avaliam a saúde do coração como um todo, como eletrocardiograma, ecocardiograma e teste ergométrico, importantes de serem incluídos em check-ups anuais”.

Alberto Bedulatti ressalta que a HAS é multifatorial. “Abrange fatores não modificáveis, como genética, ou seja, histórico familiar, sexo, idade e etnia, e outros modificáveis como sobrepeso ou obesidade, consumo de álcool, sedentarismo, apneia do sono e consumo de sódio, cuja principal função fonte são os alimentos como o sal e embutidos”, revela ele. “Se a pessoa tem predisposição, é essencial que busque uma alimentação mais saudável e a prática de uma atividade física, que colaboram para a manutenção do peso ideal”, complementa Luiz Fernando.

Sintomas

Nem sempre a pressão arterial apresenta sinais ou sintomas, por isso é necessário realizar a aferição da pressão sempre que possível e acompanhar oscilações. No entanto, outros sintomas podem se manifestar, como:

  • Enjoos;
  • Tonturas;
  • Dor de cabeça e/ou na nuca;
  • Dificuldade para respirar;
  • Visão dupla ou embaçada;
  • Dor no peito;
  • Palpitações cardíacas;
  • Pequenos pontos de sangue nos olhos;
  • Zumbido no ouvido;
  • Sonolência repentina.

Ao perceber algum desses sintomas, é importante medir a pressão rapidamente, de preferência após urinar e um tempo mínimo de descanso de cinco minutos. Caso a medição apresente alteração, procure o pronto socorro imediatamente.

Tratamento

A hipertensão não pode ser curada , mas há meios de mantê-la controlada para que não ocorram complicações. Pessoas com a pressão arterial elevada ou diagnosticadas com hipertensão em qualquer estágio devem mudar seu estilo de vida e o uso de medicamentos dependerá do nível real da pressão arterial, além da prescrição indicada pelo médico. Veja alguns exemplos de hábitos que fazem parte da terapia não medicamentosa para controle da hipertensão arterial sistêmica, mas que também servem como métodos de prevenção:

  • Consumo moderado de sal;
  • Dieta equilibrada e rica em frutas, verduras, cereais integrais e legumes;
  • Redução do consumo de álcool;
  • Prática regular de atividades físicas;
  • Fumantes devem abandonar o cigarro;
  • Reduzir e manter o peso ideal (IMC);
  • Controlar a diabetes;
  • Reduzir os níveis de estresse.

Os especialistas reforçam que é preciso se conscientizar de que a HAS é uma doença crônica, ou seja, terá que ser tratada pelo resto da vida, mas que os modernos recursos da medicina, aliados à mudança de hábitos, podem proporcionar a redução dos danos e a melhoria da qualidade de vida. “São medidas que não apenas previnem a hipertensão, mas garantem a saúde do coração e do corpo como um todo”, finalizam eles.

Categories: